sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A dor que guardo no meu peito




Um telefonema, só um telefonema é o que eu preciso. Não me importa o que vais me dizer se não tens nada a me dizer, mas só em ver teu nome na tela do celular tocando com aquela música melosa que faz meu coração bater mais forte por saber que és tu me deixarias a mulher mais feliz.

Tu desapareces como se nunca tivesses existido. Deixas em mim aquela sensação boa que se torna pesadelo depois de alguns dias sem notícias. Começo a pensar que o mundo vai desmoronar, me partir em pedacinhos e que mesmo assim ainda continuarei viva te procurando entre os escombros me remoendo por dentro tentando entender o que eu fiz pra você sumir sem dizer nada. (Mais uma vez.)

A parte gostosa disso tudo é que tu sempre voltas. E como se nada tivesse acontecido voltas com o sorriso mais lindo que me faz apaixonar novamente e esquecer todo o sofrimento que me causaras. Voltas com todas as tuas mentiras e me fazes acreditar em cada uma delas como se fosse a primeira vez que contas. Voltas porque sabes que fico esperando, que sou tua e de mais ninguém. Voltas porque não consegues fugir de mim por muito tempo, porque sentes que de vez em quando sou a única. 
Ana Cris Nunes

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Do meu amor (parte 3)


♪Soy una mujer y a veces me equivoco.

Soy una mujer y por amor yo soy capaz de todo....♪
/Roxette/
Se sentir sozinha é mesmo a pior coisa que do mundo. Já dizia Renato Russo, ‘solidão é o mal do século’ e é desse mal que venho sofrendo há vários meses. Não durmo direito, não estou me alimentando bem. Na verdade não estou me alimentando, porque tomar um achocolatado no horário do almoço não é bem se alimentar.
Ele não merece todas essas noites em claro sem conseguir dormir. Não merece essa gastrite que está se formando em mim preocupada por não saber como ele está, com quem está e como está. E acredite, eu gostaria mesmo de saber. Não merece todo esse amor que eu juro que sinto por ele. Estão sendo noites e noites de sono perdido implorando a Deus por um sinal de vida, deixando mensagens na caixa postal sem obter resposta. Estão sendo dias e dias de preocupação deixando meus amigos de lado, deixando minha vida passar por debaixo do meu nariz jurando amor por alguém que despreza o meu amor. Eu não sei se é amor, mas se não é parece. E eu só espero uma mensagem qualquer de “Boa noite!” “Saudades...”, uma ligação com a mais estúpida das desculpas: “Oi amor, tenho trabalhado bastante e estou sem tempo” ou “Acredita que estava sem celular todos esses dias?”. Mas ele sabe onde moro. E eu já disse uma vez “Mentiras sinceras me interessam”, mas o que gostaria mesmo é de saber que ele pensa em mim, gostaria mesmo é que ele se importasse comigo, que manifestasse  por mim o mesmo amor que eu sinto por ele. Esse sentimento que teimo em dizer que é amor e que acredito fielmente.
Nossos encontros eram todos muito cheios de intensidade. Eu só nunca sei ao certo com quem ele estava quando estava comigo. Me faz querê-lo mesmo com toda crueldade cometida com o mais belo olhar de um anjo. Sim, um anjo! Ele é bom demais para ser chamado de outra coisa e sim ele é odioso demais para eu perder tempo pensando em adjetivos negativos que combinem com ele. Odioso demais para eu perder tempo pensando nele, mas vai dizer isso para meu coração.
Mas em meio a todo esse vendaval de emoções ainda tenho tempo para perceber que estou me acabando na minha alcova emaranhada de pensamentos horrendos e naufragando em lágimas. Outro dia uma amiga comentou: “Seus olhos estão inchados. Parece que você acordou nesse instante.” A verdade é que eu não tinha dormido, mas ninguém precisava saber disso. Isso tudo tá afetando minha vida. E muitas vezes o que penso é que daria qualquer coisa, choraria tudo o que já chorei, gritaria tudo outra vez, passaria por todas as dores, me manteria acordada por muito mais noites só para tê-lo de volta. Só para senti-lo por perto. Ter seu olhar mais malicioso, sua voz bem autoritária, seu jeito todo desajeitado de fingir que tem raiva só para me ver pedindo desculpas por algo que não fiz. 
Cris Cajuína


sexta-feira, 16 de março de 2012

A Dança

"O que ela esperava mesmo, era o momento exato 
para amar um homem comum de verdade."
/Camila Heloíse/

Quando eu puder amar
Deixe a porta do seu coração entreaberta
E luz acesa
Para que eu possa entrar devagar
E te encontrar perto da escada.
E, com você
Limpar o porão sombrio e gélido
E queimar as lembranças e os pesares do passado atroz.
Quando eu puder entrar
Posso ajudar na limpeza das vidraças
E oferecer meu afeto
Junto com minha vida e meu novo amor
Se eu puder ficar
Não faça objeções
Nem crie situações
Seja você...
O homem que aos poucos conheço
E me surpreende a cada manhã
No café expresso
Com uma taça de vinho
Ou licor de maçã
Imitando os mocinhos do cinema.
Se nossa música tocar
Quero ser seu par
Nesse ritmo de amor trilhar
Com um toque de carinho
E de ternura
E nunca parar de dançar!
/Cacau Sotero/

Do meu amor (parte 2)

Basta que me enamores

Ay que me mandes flores

Para obtener un si
/Shakira/

Eu vivo insistindo comigo mesma de que sei amar, mas me pergunto todos os dias se o que sinto por ele realmente é amor. Se o que sinto não é apenas uma necessidade de ter alguém ao meu lado ou se não é apenas carência. Eu insisto em dizer que sei amar porque o quero e o desejo com todas as minhas forças, mas me pego me perguntando se isso não é só um capricho meu.
Eu vivo dizendo a ele que o amo e ele ri. Não acredita em mim e eu tento convencê-lo de que é verdade, talvez eu esteja tentando me convencer de que seja verdade.
Uma vez ele me perguntou depois de mais uma declaração no meio do nada: “Por que você me ama?” Imediatamente imaginei essas perguntas feitas por ele nas entrelinhas: ‘Por que você me ama se eu não faço nada por você? Por que você me ama se eu não correspondo a esse amor? Por que você me ama se eu não me importo com isso?’ Mas me diz: A gente escolhe de quem vai amar? É assim que acontece? Porque se for assim alguém me avisa e me ensina a amar. Eu não aprendi dessa maneira. Eu não aprendi de maneira nenhuma. Dizer por que o amo? Eu não consigo nem para mim. Só sei que ele é o que me faz sorrir mesmo depois de várias noites de sono perdido, depois de várias noites chorando por não saber onde ele estar e como estar.
E mesmo não conseguindo explicar o que sinto, eu tento. Eu o amo porque o quero bem, porque ele me faz flutuar quando estamos juntos, porque consegue despertar meus desejos mais intrínsecos, porque tem o sorriso mais lindo que já vi, porque tem o olhar mais ingênuo que conheço embora ele mesmo não seja ingênuo, porque quando está comigo sou a única, porque ele me tira o fôlego com apenas uma ligação, porque consegue me hipnotizar com sua voz altiva, porque mesmo me deixando esperar eu não consigo sentir raiva. São inúmeros motivos e mesmo assim eu não entendo nada de amar e mesmo assim insisto amando. Sei que amor não se explica, amor se sente. Talvez seja por isso que não pode ser ensinado, talvez por isso tenhamos que sofrer cada vez que amamos porque amar é aprendizado e não tem aprendizado sem erros.
Eu só queria poder sentir o mesmo dele por mim, mas mesmo não sentindo não deixo de amá-lo. Ele me faz viver mesmo que seja de uma maneira torta ou incerta, estou sendo moldada. Ele me faz sorrir com os olhos.
Cris Cajuína

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Do meu amor


Sobre todas as coisas que falam sobre o amor, uma eu discordo.
...
Quando estamos apaixonados não sentimos fome, comemos demais quando amamos.
Ficamos de cama, doentes, depressivos, às vezes chatos se não correspondidos, às vezes contentes demais com uma simples mensagem. Como se aquela mensagem de “saudades...” no meio da noite de uma quarta-feira depois de dois dias sem se falarem, fosse a coisa mais linda de se ler. (É a coisa mais linda de se ler.)
Ficamos febris, temos náuseas, dores musculares, choramos horrores dizendo a nós mesmos que essa é a última vez que nos fazem chorar. (A última vez para quem?)
Ouvimos músicas melosas, damos bom dia ao sol depois de uma noite maravilhosa ao lado da pessoa amada. Contamos os dias, as horas para o novo reencontro mesmo ainda nos braços um do outro. Alimentamos esperanças, acreditamos que vai ser para sempre. (Vai ser para sempre.)
Brigamos, falamos mal, fazemos as pazes, sorrimos, choramos, amamos. E se com tudo não der certo, olhamos um para o outro e pensamos: “Eu não morri. Sobrevivi.”
Por isso afirmo que de todas as coisas que falam sobre o amor, uma não é verdadeira. De amor não se morre, De amor se vive, renasce. E por amor nos doamos ao outro.
 Ana Cris Nunes

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Desejo

"Não quero teus desejos certos, dispenso tudo que pensas.
Quero entrar em teu íntimo, derrubar tuas muralhas,
andar sem medo pelos teus perigos e no final ter você." 
Joakim Antonio

 Vem escrever tua libido em mim.
Vem tatuar o teu sexo na minha pele.
Vem desenhar no meu corpo todo o teu desejo.
Vem fazer de mim instrumento da tua lascívia.
Vem me fazer suar, salivar, gemer de prazer.
Vem me despir com tua boca, marcar minha pele com teus dentes.
Vem mais uma vez me fazer tua deusa, escrava, amante, mulher.
Vem e deixa a marca das tuas mãos na minha bunda. O doce da tua saliva na minha boca.
Vem sem demora, sem frescura, a toda hora se esfregar em mim, dançar na nossa cama, na sala, no chão da cozinha, na piscina, no capô do carro, na porta do quarto, na areia, no mar.
Ana Cris Nunes

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Vai Saber...

"Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa?
Ele sabe, ele sabe." /Tati Bernardi/

Eu só quero um amor-amorzinho, caminhar de mãos dadas pela orla e ver fumaça saindo da cabecinha das meninas se perguntando ‘o que será que ela tem de especial?’. Ter com quem ver o pôr-do-sol nas tardes de quinta-feira. E aquela pergunta ‘será que sou exigente?’ fica martelando na minha cabeça. Será que querer ter alguém que ligue para saber como estou que venha me buscar no trabalho sem avisar, que me mande flores ou compre aquele chocolate que sabe que eu adoro, que reclame que minha saia ou meu vestido está curto demais (embora não troque de roupa), mas alguém que tenha ciúmes de mim de vez em quando, que me leve ao cinema, que compre o remédio se eu estiver doente, alguém que seja o remédio, que diga que me ama, será que isso é ser exigente? Estou querendo demais? Tudo bem se não comprar flores ou se não tiver ciúmes, mas isso não é querer demais, não é mesmo. E não falei de ser inteligente, bonito, interessante, que tenha uma voz altiva, educado, respeitador (não toda hora), elegante, maduro, acho que agora estou querendo de mais.
Eu só quero um amor, ter alguém que seja bom para mim e acho mesmo que isso não é querer demais. E o problema deve ser mesmo comigo, só pode ser isso (definitivamente eu não acredito nisso). Devo mesmo espantar todo mundo que chega perto de mim. Sabe por quê? Porque só aparece babaca na minha vida. Se não é adolescente com fantasia de ter mulher mais velha é um playboyzinho metido a gostoso exibindo seus músculos vantajosos como se aquilo fosse a única coisa boa que ele tem (e certamente deve ser porque eu não quero nem saber se tem mais alguma coisa). Não sou mulher de buscar homens musculosos, não quero saber de garotinhos que a única coisa interessante que me podem dizer é ‘legal, eu também gosto de espanhol’, que se danem os babacas que se aproximam de mim. E os que não são babacas? Claro porque também tem os que não são babacas, são os cafajestes. Esses ainda são piores, eles enganam (tentam) com tanta classe que parece que eu sou a única mulher na vida deles e sou. Pelo menos no momento em que estão comigo. É por eles que me interesso porque são os mais interessantes nesse universo que me cerca. Dizem o que eu quero ouvir do jeitinho que eu quero ouvir, mas pensam que me enganam com esse papo todo de eu-quero-te-levar-para-a-cama-mas-estou-arrumando-um-jeito-menos-grosseiro-de-fazer-isso. No fim da noite depois daquele belo jantar minha cabeça sempre dói e eles acabam sumindo porque não conseguiram a sobremesa principal da noite. E eu fico me perguntando ‘eu disse algo errado?’. Não, claro que eu não disse nada de errado, ou talvez dizer NÃO quando realmente se quer dizer não seja algo errado na cabeça oca desses caras.
Eu só quero ter alguém com quem dividir (não estou falando de contas mesmo que faça parte), mas dividir as alegrias, as tristezas, coisas boas e coisas nem tão boas assim. Ter pra quem ligar no meio da noite se estiver sem sono, ter para quem ligar se for assaltada (E sim, eu já fui assaltada e não, eu não tinha para quem ligar. Mesmo porque levaram o celular.), ter com quem está nos sábados à noite e nas tardes de domingo e olha que eu não me importo com os jogos no fim de semana ou com a cervejinha com os amigos, porque mesmo que tenha isso, vou ter de quem assistir a uma partida ou ligar para uma amiga dizendo que ele desmarcou um compromisso porque já tinha marcado com os amigos.
Talvez seja eu mesma querendo coisas demais, sonhando com amores impossíveis. Lembro que foi sempre assim desde criança, idealizando o primeiro beijo, ("porque ninguém dava nada por mim e quem dava eu não tava afim"). Talvez a culpa seja minha mesmo por não me permitir gostar de ninguém, não me permitir me entregar a paixões, mas paixões são tão vazias, tão rápidas, não dá mesmo tempo para eu me entregar a isso. E eu continuo aqui sozinha. Acordando no meio da noite sem ter para quem ligar e sem a menor ideia de como é amar e ser amada.
 Ana Cris Nunes

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

(re)aprender


“Toda vez que eu olho, toda vez que eu penso em lhe dar o meu amor, 
meu coração pensa que não vai ser possível…”
/Tim Maia/

Estou inquieta dando passos largos dentro de mim. Por tanto tempo estive sozinha que já não sei deixar-me ser amada, admirada. E ele ainda diz que sou como a brisa da manhã: leve, carinhosa e que deixo uma bagunça danada no seu coração toda vez que vou embora.
Cris Cajuína