terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Do meu amor


Sobre todas as coisas que falam sobre o amor, uma eu discordo.
...
Quando estamos apaixonados não sentimos fome, comemos demais quando amamos.
Ficamos de cama, doentes, depressivos, às vezes chatos se não correspondidos, às vezes contentes demais com uma simples mensagem. Como se aquela mensagem de “saudades...” no meio da noite de uma quarta-feira depois de dois dias sem se falarem, fosse a coisa mais linda de se ler. (É a coisa mais linda de se ler.)
Ficamos febris, temos náuseas, dores musculares, choramos horrores dizendo a nós mesmos que essa é a última vez que nos fazem chorar. (A última vez para quem?)
Ouvimos músicas melosas, damos bom dia ao sol depois de uma noite maravilhosa ao lado da pessoa amada. Contamos os dias, as horas para o novo reencontro mesmo ainda nos braços um do outro. Alimentamos esperanças, acreditamos que vai ser para sempre. (Vai ser para sempre.)
Brigamos, falamos mal, fazemos as pazes, sorrimos, choramos, amamos. E se com tudo não der certo, olhamos um para o outro e pensamos: “Eu não morri. Sobrevivi.”
Por isso afirmo que de todas as coisas que falam sobre o amor, uma não é verdadeira. De amor não se morre, De amor se vive, renasce. E por amor nos doamos ao outro.
 Ana Cris Nunes

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Desejo

"Não quero teus desejos certos, dispenso tudo que pensas.
Quero entrar em teu íntimo, derrubar tuas muralhas,
andar sem medo pelos teus perigos e no final ter você." 
Joakim Antonio

 Vem escrever tua libido em mim.
Vem tatuar o teu sexo na minha pele.
Vem desenhar no meu corpo todo o teu desejo.
Vem fazer de mim instrumento da tua lascívia.
Vem me fazer suar, salivar, gemer de prazer.
Vem me despir com tua boca, marcar minha pele com teus dentes.
Vem mais uma vez me fazer tua deusa, escrava, amante, mulher.
Vem e deixa a marca das tuas mãos na minha bunda. O doce da tua saliva na minha boca.
Vem sem demora, sem frescura, a toda hora se esfregar em mim, dançar na nossa cama, na sala, no chão da cozinha, na piscina, no capô do carro, na porta do quarto, na areia, no mar.
Ana Cris Nunes