quinta-feira, 5 de abril de 2012

Do meu amor (parte 3)


♪Soy una mujer y a veces me equivoco.

Soy una mujer y por amor yo soy capaz de todo....♪
/Roxette/
Se sentir sozinha é mesmo a pior coisa que do mundo. Já dizia Renato Russo, ‘solidão é o mal do século’ e é desse mal que venho sofrendo há vários meses. Não durmo direito, não estou me alimentando bem. Na verdade não estou me alimentando, porque tomar um achocolatado no horário do almoço não é bem se alimentar.
Ele não merece todas essas noites em claro sem conseguir dormir. Não merece essa gastrite que está se formando em mim preocupada por não saber como ele está, com quem está e como está. E acredite, eu gostaria mesmo de saber. Não merece todo esse amor que eu juro que sinto por ele. Estão sendo noites e noites de sono perdido implorando a Deus por um sinal de vida, deixando mensagens na caixa postal sem obter resposta. Estão sendo dias e dias de preocupação deixando meus amigos de lado, deixando minha vida passar por debaixo do meu nariz jurando amor por alguém que despreza o meu amor. Eu não sei se é amor, mas se não é parece. E eu só espero uma mensagem qualquer de “Boa noite!” “Saudades...”, uma ligação com a mais estúpida das desculpas: “Oi amor, tenho trabalhado bastante e estou sem tempo” ou “Acredita que estava sem celular todos esses dias?”. Mas ele sabe onde moro. E eu já disse uma vez “Mentiras sinceras me interessam”, mas o que gostaria mesmo é de saber que ele pensa em mim, gostaria mesmo é que ele se importasse comigo, que manifestasse  por mim o mesmo amor que eu sinto por ele. Esse sentimento que teimo em dizer que é amor e que acredito fielmente.
Nossos encontros eram todos muito cheios de intensidade. Eu só nunca sei ao certo com quem ele estava quando estava comigo. Me faz querê-lo mesmo com toda crueldade cometida com o mais belo olhar de um anjo. Sim, um anjo! Ele é bom demais para ser chamado de outra coisa e sim ele é odioso demais para eu perder tempo pensando em adjetivos negativos que combinem com ele. Odioso demais para eu perder tempo pensando nele, mas vai dizer isso para meu coração.
Mas em meio a todo esse vendaval de emoções ainda tenho tempo para perceber que estou me acabando na minha alcova emaranhada de pensamentos horrendos e naufragando em lágimas. Outro dia uma amiga comentou: “Seus olhos estão inchados. Parece que você acordou nesse instante.” A verdade é que eu não tinha dormido, mas ninguém precisava saber disso. Isso tudo tá afetando minha vida. E muitas vezes o que penso é que daria qualquer coisa, choraria tudo o que já chorei, gritaria tudo outra vez, passaria por todas as dores, me manteria acordada por muito mais noites só para tê-lo de volta. Só para senti-lo por perto. Ter seu olhar mais malicioso, sua voz bem autoritária, seu jeito todo desajeitado de fingir que tem raiva só para me ver pedindo desculpas por algo que não fiz. 
Cris Cajuína